Uma questão muito importante na gestão das clinicas e pet shops que acompanho há anos é a determinação do valor justo para remuneração dos sócios. É do conhecimento da maioria que não podemos retirar o que desejamos, mas sim o que a empresa pode pagar. Ou seja, o valor justo para que as finanças continuem saudáveis e a empresa continue honrando com todos compromissos financeiros assumidos.
A seguir darei dicas de como deve ser a remuneração dos sócios e explicarei melhor o que cada forma de remuneração representa para o negócio.
O salário dos sócios deve ser composto por três formas de retirada:
1) Retirada por Atividade – Ocorre quando o sócio executa tarefas operacionais do negócio.
Exemplo – Uma clínica veterinária onde o sócio é veterinário e também realiza atendimentos. Este, portanto, receberá pelos atendimentos que der, assim como os demais veterinários da clínica.
A retirada por atividade mostra aos outros funcionários da empresa que o sócio ganha tanto quanto qualquer outro funcionário que execute determinada função, criando assim um sentido de igualdade dentro da equipe.
Para o sócio, executar tarefas operacionais permite a proximidade ao cliente, e com isso o melhor entendimento de como atendê-lo, que níveis de estoque são necessários, quais as principais reclamações, etc. Vale o aviso, pois embora haja certo grau de importância para o sócio estar próximo à operação, este deve lembrar que ele é dono deste negócio e que mergulhado no dia a dia talvez não consiga fazer uma boa gestão da empresa. Por isso, vale equilibrar os papéis.
2) Pró Labore – Valor fixo, pago ao sócio por mês, se este trabalha na empresa. Este valor deve ser justo com a empresa e justo com o mercado. Pró labore se define pelo valor do trabalho e não por quanto o dono gostaria de ganhar. Uma boa forma de definir o pró labore é se perguntar: Quanto eu pagaria para uma pessoa fazer isso?
Este valor deve ser o pró labore, e não as necessidades financeiras pessoais do dono. Um sócio, por exemplo, que execute tarefas gerenciais na empresa, deverá ter um pró labore definido de acordo com o valor que custaria à empresa a contratação de um gerente.
3) Distribuição de Lucros – Ao final de cada mês ou de um período determinado (trimestre, semestre, ano) os sócios de uma empresa devem calcular qual foi o lucro gerado pela empresa. Esta informação é de extrema importância, pois determinará se o negócio está indo bem e, se não estiver, que mudanças serão necessárias para colocar a empresa nos trilhos. O valor calculado como lucro pode (e deve) ser distribuído aos sócios. É sempre importante definir previamente quais as regras desta distribuição:
a. De quanto em quanto tempo haverá distribuição;
b. Qual a parcela de cada sócio – se será feito de acordo com a distribuição societária (quotas) ou não;
c. Haverá ou não um percentual deste lucro (ou valor fixo) a ser mantido como Reserva de Caixa;
d. Regras de antecipação de lucros, etc.
Portanto o salário de um sócio será a soma destas três retiradas. E se o sócio não trabalhar no negócio, este terá somente a distribuição de lucros (se houver lucros).
Avalie sua retirada total para entender qual das três retiradas lhe traz maiores valores.
Se sua maior retirada for por atividade, cuidado, pois sua empresa pode estar muito dependente de você.
Se sua maior retirada for o Pro Labore, cuidado, pois você pode estar custando caro para sua empresa e isso pode gerar dificuldade para ela se manter.
Mas se sua maior retirada vem em forma de lucros, parabéns, pois isso mostra que a empresa está indo bem e você está sendo um bom gestor.
Plínio Francato é Formado em Ciências Contábeis e Pós Graduado em Finanças Corporativas pela FECAP – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, trabalha a 11 anos no mercado financeiro e atualmente exerce o cargo de sócio-diretor da Meta Azul, empresa de consultoria em gestão empresarial com foco em planejamento financeiro. Desenvolvendo projetos para o seguimento veterinário, tem entre seus clientes a ABHV – Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários, é também palestrante convidado pela ANCLIVEPA-SP e co-autor de capítulo em livro para o seguimento veterinário.
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